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Na contramão do recorde de passageiros, volume de carga em Viracopos cai 8% em um ano

Publicado pela ABTLP

Segundo dados da concessionária, passaram pelo terminal de janeiro a dezembro 216 mil toneladas, 8% a menos do que as 235,3 mil de 2018.

Na contramão do recorde histórico de movimentação de passageiros em 2019, o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), registrou queda no fluxo de cargas no ano passado. De acordo com dados da concessionária Aeroportos Brasil, que administra a estrutura, passaram pelo terminal de janeiro a dezembro 216 mil toneladas, 8% a menos do que as 235,3 mil de 2018, quando o empreendimento alcançou o maior índice da história no setor.

Apesar da queda, o índice de movimentação de carga de 2019 em Viracopos foi o quarto maior desde a privatização, que aconteceu na metade de 2012. Por outro lado, o ano com pior número foi 216, quando o aeroporto recebeu e enviou 164,4 mil toneladas de carga.

Veja no gráfico abaixo um balanço do fluxo de cargas em Viracopos desde 2013, quando as estatísticas começaram a ser divulgadas pela Aeroportos Brasil. Os dados correspondem a importação, exportação, cargas domésticas e remessas expressas.

Na análise mês a mês, novembro foi o que fechou com o melhor saldo no fluxo de cargas, com 20,5 mil toneladas movimentadas. Por outro lado, julho foi o período com menor volume, com 16,4 mil toneladas em circulação pelo aeroporto.

Segundo os dados da concessionária, o fluxo de cargas domésticas registrou aumento de 140.7% em um ano, passando de 14,9 mil toneladas em 2018 para 35,9 mil toneladas no ano passado. Já as movimentações internacionais, que reúnem exportações e importações, caíram de 220,4 mil para 180,1 mil, o que equivale a uma redução de 18,2%.

A concessionária Aeroportos Brasil informou, em nota, que a diminuição do volume de cargas reflete as projeções de retração global do transporte de carga aérea e também a instabilidade política em alguns países que são parceiros comerciais importantes do Brasil.

“Tem uma projeção de crescimento em torno de 2% do volume de cargas movimentadas em 2020. Seguimos esta tendência e a expectativa é ficar em torno deste número neste ano. Já a movimentação de cargas domésticas pode crescer mais que 2%. No entanto, estes dados ainda dependem de alguns fatores em torno da política nacional”, diz o texto da nota.

Razões
O economista Roberto Brito de Carvalho afirmou que a redução está diretamente relacionada às condições macroeconômicas brasileiras, como o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Além disso, apesar do superávit comercial em 2019, o volume de transações de todo o país teve uma redução considerável e Viracopos se prejudicou porque a maioria das exportações do Brasil é de commodities, que são movimentados muito mais pelo modal marítimo do que aéreo.

“Fazer exportações pelo modal aéreo demanda trabalhar com produtos de maior valor agregado. Como o dólar esteve muito valorizado em relação a nosso momento, isso dificulta também os processos de importação. Neste sentido, é inevitável que o aeroporto seja impactado nisso. Isso preocupa do ponto de vista de Viracopos, porque o Terminal de Cargas é muito importante para o funcionamento financeiro do aeroporto”, explicou.

De acordo com o especialista, o assalto no Terminal de Cargas no Aeroporto de Viracopos, em outubro do ano passado, também impactou na imagem do aeroporto e fez o volume de cargas ter uma redução. “Isso aumenta o custo de segurança, o custo do seguro, e impacta com certeza na movimentação do aeroporto”, afirmou.

Passageiros
Viracopos teve o melhor fluxo de passageiros da história do terminal em 2019. Segundo a concessionária, passaram 10,5 milhões de pessoas pelo empreendimento no ano passado inteiro. Antes do novo recorde, o número mais alto havia sido registrado em 2015, com a movimentação de 10,3 milhões de turistas.

O índice do ano passado contrapõe totalmente o de 2018, quando o aeroporto registrou o pior fluxo de passageiros das histórias da concessão.

Fonte: G1

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