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Setor de implementos rodoviários cresce em meio à pandemia

Publicado pela ABTLP

Indústria de implementos rodoviários aposta em soluções como semirreboques híbridos para longas viagens, bem como em soluções de conectividade

Apesar da pandemia, as fabricantes de implementos rodoviários vêm ampliando a produção. Segundo dados do setor, 2021 vai ser melhor do que 2019. Ou seja, superior a antes da pandemia.

A Anfir, que representa o setor, informa que as fabricantes foram muito impactadas Porém, isso não atrasou o desenvolvimento de novas tecnologias. Segundo o presidente da Anfir, José Carlos Sprícigo.

De acordo com ele, as maiores inovações são ligadas à conectividade. Nesse sentido, esses novos sistemas vão garantir maior disponibilidade da frota.

Indústria de implementos atua em várias frentes
Além disso, haverá novas soluções ligadas à segurança. Por sua vez, a eficiência energética é um dos focos do setor de carrocerias.

Por exemplo, haverá melhorias até no desenho. Sobretudo por causa da aerodinâmica. O objetivo é reduzir a resistência ao ar.

Da mesma forma, as fabricantes estão de olho em materiais mais leves. Assim, dá para reduzir o consumo de combustível. Bem como aumentar a capacidade de carga transportada.

Novos materiais
Outra prioridade diz respeito à mobilidade elétrica. Segundo o diretor-geral da Randon, Sandro Trentin, a eletrônica vai ser cada vez mais comum.

Da mesma forma, os novos materiais também são mais resistentes. Nesse sentido, o nióbio é um dos destaques.

Assim, em uma década o peso dos implementos rodoviários feitos no Brasil baixou uma tonelada, em média. Sprícigo diz que as carretas feitas pela Librelato, da qual ele é CEO, estão 10% mais leves.

Conectividade
Ou seja, a redução é em relação aos produtos da geração anterior, fabricada até 2018. Nesse sentido, a Librelato vem substituindo o aço em algumas aplicações.

Além disso, assim como os caminhões os implementos rodoviários têm cada vez mais sistemas de conectividade. Ou seja, há importantes avanços na comunicação do caminhão com o semirreboque.

Assim, é possível checar dados como as condições dos pneus e do sistema elétrico. Bem como sobre o momento ideal de fazer a manutenção.

Mobilidade elétrica
Nesse sentido, esses sistemas permitem fazer paradas programadas. Ou seja, a rede vai ficar sabendo com antecedência quando o veículo irá para a oficina.

Assim, vai poder ficar preparada. Inclusive para separar peças e outros componentes. Como resultado há aumento da disponibilidade dos implementos rodoviários conectados.

Outra tendência no setor é o eixo propulsor elétrico. O sistema ajuda a reduzir o consumo de diesel do cavalo-mecânico.

Energia solar
Nesse sentido, há o dispositivo que transforma a força das desacelerações em eletricidade. Assim, com o eixo elétrico no semirreboque dá para aliviar em até 20% a carga puxada pelo caminhão.

A indústria também poderá fazer semirreboques com placas de captação de energia solar. Como resultado, as baterias poderão ser carregadas enquanto o veículo está rodando.

De acordo com profissionais do setor, haverá veículos elétricos capazes de rodar longas distâncias. Atualmente, uma das limitações é a baixa autonomia.

Virada de chave
Segundo o presidente da Anfir, as novas tecnologias vão ajudar muito. Por exemplo, nos semirreboques refrigerados. “Em vez de o motor a diesel manter a temperatura, a energia virá das baterias”, diz.

Nesse sentido, a Randon é uma das pioneiras. Para isso, a fabricante de implementos rodoviários criou a Suspensys. Ou seja, sua divisão focada na eletrificação.

Como resultado, a Suspensys lançou o e-Sys na Fenatran de 2019. Trata-se do primeiro módulo de tração auxiliar com motor elétrico para carretas do País.

Redução do consumo
Segundo a fabricante, o sistema pode ajudar a reduzir o consumo de combustível em até 20%. Isso depende do tipo de aplicação. Bem como da carga transportada.

Seja como for, os testes já foram concluídos. De acordo com Trentin, o sistema está sendo certificado. “O componente se mostrou eficaz.

Dessa forma, começa a se tornar viável”, diz.

Além disso, os implementos rodoviários ganharão relevância, conforme Trentin. Ou seja, o conjunto vai deixar de ser apenas rebocado. Portanto, vai passar a contribuir para mover o caminhão.

Coleta de dados
Ademais, os novos equipamentos terão uma grande variedade de sistemas eletrônicos. Portanto, boa parte dos componentes vai poder ser rastreada.

Assim, vai ser possível coletar dados durante a operação. Como resultado, vai dar para acompanhar a performance. Por exemplo. a transportadora poderá avaliar como o conjunto opera em cada tipo de via.

Além disso, cada vez mais os implementos rodoviários terão sistemas avançados de segurança. De acordo com o gerente de engenharia das implementadoras Rodofort e Guerra, Helder Bindewald.

Freios eletrônicos obrigatórios
Nesse sentido, novos produtos homologados pelo Contran a partir de janeiro de 2022 terão de vir com EBS. Ou seja, o sistema eletrônico que integra as funções básicas do ABS e do ASR.

Além disso, a partir de janeiro de 2024 o dispositivo vai ser obrigatório em todos os implementos rodoviários no País. Segundo Bindewald, o sistema deverá estar em todos os veículos em breve.

Da mesma forma, a iluminação das carretas deve mudar. Assim, as luzes laterais dos semirreboques vão ter de piscar juntamente com as setas.

Freios eletrônicos
Ou seja, quando o motorista der sinal para a direita, toda a iluminação do lado direito da carreta vai piscar junto. No mesmo sentido, haverá alterações nas luzes de freio.

Dessa forma, em frenagens bruscas essas luzes vão piscar. Portanto, trata-se da mesma solução adotada em automóveis.

Assim, essas regras vão ter os mesmos prazos do sistema eletrônico de freios. Ou seja, a partir de 2022 para veículos em fase de homologação. E em 2024 para os lançados até 2022.

Produção mais limpa
Além disso, a indústria de implementos rodoviários investe na produção mais limpa. Nesse sentido, o foco são materiais menos agressivos ao meio ambiente.

Uma precursoras é a HC Hornburg. Ou seja, a fabricante de carrocerias utiliza novos componentes como isolantes de carretas. O objetivo é eliminar produtos que contenham cloro.

Da mesma forma, a empresa está trocando a solda por soluções como o encaixe de peças. “Dessa forma, reduzimos o tempo de fabricação e o uso de insumos no processo. Além disso, a durabilidade da carroceria é maior”, diz o coordenador de engenharia da HC, Ives Rafael Ballock.

Soluções inovadoras
O setor de refrigerados também evoluiu. Assim, ganhou força por causa do transporte da vacina contra a covid-19.

Bem como pela alta demanda por alimentos. Sobretudo a carne e seus derivados, cuja exportação está em alta.

Nesse sentido. a Ibiporã Implementos criou o gancheiro de trilho. Ou seja, um sistema que pendura a carga em um gancho na entrada do implemento. Assim, a peça corre por trilhos.

Maior competividade
Dessa forma, isso reduz o tempo para carga e descarga. Segundo o gerente-comercial da Ibiporã, Ricardo Gabriel, o ganho chega a 30%. Ou seja, na comparação com sistemas convencionais.

Ademais, o dispositivo reduz o esforço para levar a carne inteira até a carreta. Assim, empresas com a JBS já utilizam o dispositivo.

Como resultado, a fabricante passou a exportar o sistema. Segundo informações da companhia, os compradores são países da América Latina.

Fonte: Estradão

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