Informativos ABTLP

Caminhoneiros enfrentam aglomerações, a falta de comida e não contam com pontos de apoio

Publicado pela ABTLP

Esses heróis de estrada novamente mostram o seu devido valor à sociedade. Com tudo basicamente fechado e quase todos os serviços públicos suspensos, os caminhoneiros, fundamentais para manter o abastecimento no País, reclamam que estão enfrentando aglomerações e não conseguem encontrar lugares abertos para se alimentarem e tomar banho. Falam muito em álcool gel, mas nenhum lugar oferece gratuitamente para os caminhoneiros.

A caminhoneira Irya Tiemann que acaba de chegar a sua casa sentiu na pele esses problemas. “Eu puxo óleo de soja e leite. No período que estive circulando não recebi apoio. Não tivemos acesso a máscaras e nem álcool gel. Até comida está difícil. Muitas borracharias, oficinas e restaurantes não estão funcionando. Na beira da estrada tudo é mais difícil. No lugar onde tem parada de caminhões, os caminhoneiros se aglomeram demais, a maioria não está se cuidando”, diz salientando que outro problema é que demora muito até para pegar a nota.

Diferente da Alemanha, onde comidas são distribuídas de graça para os profissionais do volante, no Brasil não foram organizadas medidas para apoiar esses profissionais. Vídeos postados no Facebook mostram caminhoneiros preparando a comida na cozinha de seu caminhão, a falta de lugar para tomar banho, a aglomeração, entre outros.

O caminhoneiro do Paraná, Rodrigues Trevisan, 20 anos na estrada, nunca viu nada igual. “Estamos sem acesso a restaurantes, ponto de apoio e tem cidade que a gente fala que veio de determinada região, que tem mais casos do coronavírus, aí bate o preconceito. O Governo preciso olhar para gente para não paramos.”

Por outro lado, o caminhoneiro Alexsandro Andréia, de Campo Largo (PR), na estrada há 13 anos, dirige um cegonheiro, falou que está sendo bem tratado quando chegava aos lugares e encontrava ponto de apoio. “Meu segmento que atuo vai parar, porque ficará em vigor somente os serviços essenciais”.

A revista Caminhoneiro recebeu um vídeo mostrando aglomerações de caminhoneiros no Eco Pátio. Entramos em contato com o Porto de Santos (diz “a Santos Port Authority (SPA) está com o sistema de agendamento da chegada de caminhões ao Porto de Santos funcionando normalmente”.) e com o Grupo Ecorodovias que nos mandou essa resposta:

Ações voltadas aos usuários

– Comunicação e informação constantes: mensagens em painéis eletrônicos com dicas de prevenção nas rodovias, bem como cartazes em cabines de pedágio para informar sobre a necessidade de utilização do álcool em gel toda vez que houver manipulação de dinheiro. Também vem sendo feita comunicação frequente via redes sociais e sites das concessionárias sobre cuidados importantes.

– Suspensão da pesagem de caminhões nas rodovias federais por 90 dias, diminuindo o tempo do caminheiro na rodovia.

– Kits de máscaras e álcool em gel entregues aos usuários nos pontos de apoio ao longo da rodovia, sujeitos à disponibilidade.

– Postos de atendimento aos caminhoneiros e aos usuários das rodovias para reforçar medidas de prevenção, bem como a tomada de temperatura das pessoas, identificando assim sintomas relacionados à Covid-19. Isso permite a orientação dos indivíduos a buscar atendimento médico especializado ou adotar isolamento a fim de evitar a transmissão comunitária.

– Estimulo à utilização das pistas automáticas (já usadas por cerca de 60% dos usuários), nas quais a cobrança se dá por meio da leitura de tags. Para isso, o Grupo está fechando parcerias com administradoras de meios de pagamento nas quais, para os usuários que tiverem interesse, será possível retirar tags eletrônicos, sem pagamento de mensalidade, por tempo determinado.

– Estímulo ao pagamento por aproximação, no qual o usuário não precisa ter qualquer contato com objetos externos. A tecnologia já está autorizada em alguns locais e funciona nas concessionárias Ecosul, Ecovia, Ecocataratas, Eco135, Eco101 e Eco050.

– Para casos em que o pagamento ainda precise ser realizado com dinheiro, além de soluções como vasilhas para coletar o pagamento (sem contato físico entre as pessoas) e cabines blindadas em algumas rodovias, todos os arrecadadores foram treinados e adotam um rígido protocolo de higienização constante das mãos, limpeza e acondicionamento dos postos de trabalho para mitigar o risco de contaminação pelo coronavírus, além de contarem com trocas de escalas e aumentos de intervalos de higienização frequentes para diminuir a exposição destes profissionais.

Mesmo em situação de crise, o Grupo EcoRodovias vêm mantendo o nível de serviço e garantindo o tráfego com conforto, rapidez e segurança a todos os seus usuários”.

Fonte: Revista Caminhoneiro

Deixe um comentário