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Especialista alerta sobre qualidade em cintas para transporte de cargas

Publicado pela ABTLP

As imagens de dezenas de botijões de gás rolando por uma rua em Diadema, após um acidente com o caminhão que os transportava, ganharam o noticiário e viralizaram nas redes sociais. O acidente, que não deixou feridos, poderia ter sido evitado se a carga estivesse amarrada devidamente no caminhão, explica o engenheiro Fernando Fuertes, que é Desenvolvedor de Novos Negócios da Acro Cabos e especialista em dimensionamento, amarração e elevação de cargas.

“A norma técnica brasileira para amarração de carga com cintas (NBR 15883) traz um checklist simples de ser cumprido. No entanto, mais de 90% das empresas de transporte de carga no Brasil não têm um programa de inspeção periódica dos seus dispositivos de amarração”, afirma Fuertes. “Já vi casos em que a cinta continuou sendo usada, mesmo após romper – o que foi ‘consertado’ com um nó entre as partes rompidas. Uma cinta nova, com um nó, perde aproximadamente 50% de sua capacidade”.

O especialista afirma que, no caso do acidente com o caminhão, houve o rompimento de uma cinta de amarração que, como é possível ver nas imagens, foi colocada para segurar a carga em um ponto em que havia um espaço não preenchido. “Na amarração de cargas, espaços livres são sempre um ponto de atenção que precisam ser analisados para que se aplique a técnica correta. Não é possível saber onde e como a cinta do caminhão se rompeu, ou ela não tinha capacidade suficiente, ou estava danificada, ou os pontos de conexão não suportaram a carga”.

“Acidentes como este poderiam ser facilmente evitados com inspeções visuais regulares e conhecimento sobre as especificações de capacidade dos materiais aplicados em cada tipo de carga”, explica Fuertes. “Infelizmente, são poucas as empresas que cumprem as normas técnicas de segurança para amarração de carga”.

Para evitar este tipo de acidente, a recomendação de Fuertes é que as empresas invistam na conscientização e na capacitação dos profissionais. Simples inspeções visuais podem identificar anomalias em materiais como cintas, cabos de aço, pontos de fixação e demais equipamentos. Além disso, é importante que os profissionais que operam veículos de carga tenham conhecimento sobre técnicas de amarração e saibam identificar os limites de segurança especificados nos equipamentos.

Veja o vídeo:

Fonte: Blog do Caminhoneiro

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