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Economia mais limpa abrirá 200 milhões de empregos

Publicado pela ABTLP

Segundo relatório da consultoria McKinsey, de 2021 a 2050 serão necessários, a cada ano, até US$ 3,5 trilhões em gastos adicionais em ativos físicos para a transição para uma economia mais limpa, de ativos de alta para ativos de baixa emissão de carbono. Enquanto as instituições financeiras vão desempenhar, cada vez mais, um papel fundamental na realocação de capital em grande escala para essa mudança, haverá oportunidades de negócios para outras empresas e pessoas. A estimativa é que cerca de 200 milhões de empregos podem ser ganhos e 185 milhões perdidos até 2050, em setores que produzem cerca de 85% das emissões globais.

Leonardo Marques, PhD pela University of Manchester e professor licenciado do Coppead UFRJ, comenta que há pressão e demandas dos consumidores por produtos mais sustentáveis e por empresas que se preocupam em reduzir seu impacto negativo no mundo. Ele cita que o consumidor que está disposto a trocar hábitos e escolher produtos mais sustentáveis, e por empresas que se preocupam em reduzir seu impacto negativo no mundo. Ele cita que o consumidor que está disposto a trocar hábitos e escolher produtos mais sustentáveis, ainda que sejam mais caros, leva em conta a transparência e o comprometimento das empresas na hora de tomar a decisão.

Ele também vê uma clara correlação entre ESG e o acesso a capital. “Um estudo que estou trabalhando com uma equipe mostra que o financiamento de longo prazo das empresas está associado à maior comunicação nos relatos de sustentabilidade da cadeia de suprimentos, por exemplo”, comenta o professor.

Marques lembra ainda que os financiadores – bancos de fomento, bancos comerciais e fundos de investimentos – estão incorporando cada vez mais aspectos de sustentabilidade na sua tomada de decisão e isso pode resultar em mudanças nos negócios tradicionais e novas soluções financeiras ESG. “Os bancos brasileiros, que demoraram para se mexer, estão avançando de forma mais agressiva agora no Brasil, em linha com o resto do mundo. Isso significa que a sigla ESG está tomando conta do mercado financeiro e influenciando na decisão de financiamento e investimento”, aponta.

Carlo Pereira, diretor-executivo do Pacto Global da ONU no Brasil, lembra que há pouquíssimos negócios que podem ser beneficiados pelo aquecimento global, mas reitera que há oportunidades de soluções, tecnologias e inovações para ajudar a frea-lo. A própria agricultura é um campo aberto para novas ideias.

As ferramentas que envolvem a medição e captura de carbono, assim como as indústrias envolvidas na transação energética – como, por exemplo, empresas de energia solar, eólica e biomassa – também podem ganhar dinheiro para ajudar na problemática. O acesso a fontes limpas de energia por empresas e consumidores ainda é pequeno perto de seu potencial. “Vale lembrar que a própria legislação está evoluindo e trazendo novas oportunidades para quem está envolvido na cadeia de mercado de carbono”, citando as novas diretrizes da União Europeia e EUA para diminuir a dependência de combustíveis fósseis.

“No Brasil temos a vantagem de usar mais energia limpa em nosso modal, além de ter alumínio e aço de baixa pegada de carbono em comparação a outros mercados. Também temos condição de produzir hidrogênio verde como poucos lugares no mundo tem”, comenta Pereira. Ele cita ainda o ativo ambiental das florestas, ator importante na captação de gás carbônico. “As florestas são cada dia mais importantes e representam oportunidades também. A nossa agricultura é uma das mais sustentáveis do mundo e dá para ficar ainda mais. As empresas podem entender e capitalizar que o produto no Brasil terá pegada de carbono menor”, diz, ao pontuar que é preciso combater, obviamente, o desmatamento ilegal.

Fonte: Valor Econômico

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