Informativos ABTLP

Concessão do Lote 3 terá investimentos de R$ 15,9 bilhões para desafogar trânsito em uma das regiões mais populosas do Paraná

Publicado pela ABTLP
Conjunto de rodovias, que faz ligação entre 22 cidades até o Porto de Paranaguá, vai a leilão nesta quinta-feira (12)

Ainda são das 6h45 da manhã, quando Rubens Scoss Junior, morador de Ponta Grossa, no Paraná, sai de casa para levar o filho à escola. A escolha do horário é para fugir do trânsito que começa a se intensificar por volta das 7h e trava as principais vias da cidade. “Se você atrasar cinco ou 10 minutos, o fluxo aqui fica muito intenso. São mais ou menos oito quilômetros que demoram 30 minutos”, diz ao contabilizar o tempo perdido nos congestionamentos, onde divide espaço com caminhões de grande porte que atravessam a cidade pelas BRs 373/PR e 376/PR.

Essas duas rodovias integram o conjunto de estradas do Lote 3 do Paraná, que vai à leilão nesta quinta-feira, 12. O certame, promovido pelo Ministério dos Transportes, busca assegurar recursos para obras de adequação de fluxo e manutenção da rodovia. O projeto prevê aportes de R$ 15,9 bilhões pela concessionária vencedora. Entre as melhorias previstas estão a construção de quatro contornos viários, sendo dois deles em Ponta Grossa.

.O diretor do Departamento Municipal de Engenharia de Tráfego do município, Juarez Alves, explica a necessidade das adequações. “Um dos maiores entroncamentos que temos aqui é a BR-373, que recebe o nome de Avenida Souza Naves, e a BR- 376, que desce para Curitiba e aqui é chamada de Avenida Presidente Kennedy. Elas atravessam nossos trechos urbanos e têm um fluxo intenso de caminhões, tanto vindos da região de São Paulo e oeste do Paraná e que aqui se conectam para irem à região do porto [de Paranaguá], Curitiba e demais localidades para escoar a produção”

A malha norte paranaense, onde está o Lote 3, é marcada por uma alta densidade populacional e um intenso fluxo de caminhões pesados decorrentes da atividade industrial. Com 569,75 quilômetros, o trecho que vai a concessão se inicia em Ponta Grossa, um dos principais entroncamentos rodoferroviários do Brasil e detentor do quinto maior Produto Interno Bruto (PIB) industrial do estado, seguindo até Londrina, o maior município do interior do Paraná, com 555.937 habitantes.

“Quando criança, a gente sempre sonha em ver a cidade natal da gente crescer. Mas chega num ponto em que, se ela não cresce
ordenadamente, fica difícil, principalmente o trânsito”, lamentou Rubens Scoss.

Junto a Rubens e tantos outros moradores das cidades atravessadas pelo Lote 3, a economia também fica presa no trânsito. “Caminhão parado é dinheiro perdido. Não importa onde ele esteja”, resumiu o industrial Rafael Rickli, que atua no setor de borrachas.

Industrialização

O Paraná tem o quarto maior PIB Industrial do Brasil quando se consideram todas as atividades do setor, incluindo a indústria extrativa, e o terceiro quando considerada somente a indústria de transformação. Os dados são da Federação das Indústrias do do estado (Fiep), que também indicou a região de Campos Gerais, onde está Ponta Grossa, a mais efervescente.

Nos últimos anos, os Campos Gerais, por onde se estende o Lote 3, passou a vivenciar uma crescente no volume de investimentos de diferentes setores, especialmente da indústria automotiva. A localização geográfica considerada estratégica foi fator decisivo.

“Este Lote 3 vai se interligar com outros já leiloados e chegará ao Porto de Paranaguá, que é o segundo maior porto Brasil, é o primeiro em grãos, e faz a interligação de todo o Sul do Brasil. Então é um conjunto de rodovias fundamental”, explicou o presidente do Sistema Fetranspar, Coronel Sérgio Malucelli. “A partir do momento que você tem uma mobilidade melhor, você atrai investimentos para aquelas cidades por onde essas estradas estão passando. Neste percurso temos ainda Londrina, que é a segunda cidade do estado e vários outros municípios como Ortigueira, onde está uma das maiores empresas de celulose do mundo. Veja a importância”, completou.

Além dos contornos rodoviários, o projeto de concessão adequa as estradas ao fluxo de caminhões pesados. Estão previstos 132 quilômetros de duplicação, 24,6 quilômetros de faixa adicional, 61,6 quilômetros de contornos, duas áreas de escape e dois Pontos de Parada e Descanso (PPDs), este último voltado aos caminhoneiros, onde será possível fazer pausas seja para descanso, seja para pernoite, de maneira segura e confortável.

Próximo leilão

Uma das principais conexões do Lote 3 é com a BR-277, a partir da cidade de Guarapuava. Esta rodovia integra outro conjunto de estradas do Paraná que correspondem ao Lote 6. “Conjugar os leilões dos Lotes 3 e o 6 resolverá um problema logístico do Paraná. Hoje, 65% de tudo que você produz aqui, vem e vai por rodovias. Então nossa expectativa é que com as novas concessões tenhamos uma fluidez melhor do tráfego, uma redução de acidentes e sem dúvida aumento de competitividade”, concluiu Malucelli.

O leilão do Lote 6 de rodovias do Paraná está previsto para ocorrer na próxima quinta-feira (19). Ele liga Guarapuava a Foz do Iguaçu e é formado pelas BRs- 163/277/469/PR e pelas vias estaduais PR-158/180/182/280/483.

Fonte: Ministério dos Transportes | Foto: Jeff D’Avila

Deixe um comentário