Segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP), a estimativa na circulação de veículos antes do feriado de Carnaval, era de 2,4 milhões de usuários pelas principais rodovias de acesso e saída da região metropolitana durante o período.
Esse exemplo é um reflexo do que ocorre nos períodos sazonais durante o ano e no país inteiro, ou seja, em épocas de datas comemorativas (Carnaval, Páscoa, Dia dos Pais, Dia das Mães, Natal, Ano Novo, por exemplo), as pessoas buscam aproveitar os feriados para realizarem viagens com suas famílias, causando uma maior movimentação nas rodovias, especialmente os carros pequenos de passeio.
Por outro lado, um setor bastante afetado com essas questões é o transporte rodoviário de cargas, responsável por mais de 65% do translado de mercadorias pelo país, que por si só já obtém uma grande movimentação nas vias.
Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística, descreve como essas questões podem impactar nas logísticas das empresas de transportes: “Hoje nos preocupamos muito mais com o motorista casual – aquele que pega estrada apenas em ocasiões específicas -, que, muitas vezes, é mais imprudente. Temos casos de fechamento dos caminhões, mudanças de faixas repentinas, frenagens bruscas, dentre outras atitudes de usuários que não estão acostumados com esse tipo de ambiente. Isso acaba aumentando o índice de acidentes e de pequenas batidas.”
Estratégias
Esse desafio, historicamente, já é recorrente nos corredores do transporte, e para mudar o cenário as empresas recorrem a novas estratégias para que o impacto nas operações seja ainda melhor. Um exemplo disso é a comunicação assertiva com os clientes para entender a necessidade de cada um.
Franco destaca: “Nessas épocas, tentamos estreitar ainda mais a comunicação com os clientes e entender quais deles precisam receber o material imediatamente em feriados como esses. Vou citar um exemplo hipotético: Eu tenho um cliente que está querendo fazer o despacho da mercadoria, o escoamento da carga dele na indústria por uma questão de atingir metas, porém o cliente final não vai receber tão cedo. Nesse caso, temos que analisar todos os pontos, se podemos deixar esse veículo parado durante o tempo solicitado ou se precisamos deixar armazenado em algum lugar, seja em um pavilhão ou no caminhão mesmo. Enfim, tudo isso engloba uma conversa bem transparente.”
Além desses pontos, outro impacto exponencial internamente fica nas questões dos motoristas. Executivos relatam que, devido à crescente de maiores trânsitos pelas rodovias, os motoristas, às vezes, optam por não a viajar, principalmente durante o Natal e Ano Novo.
“O estresse em geral para os motoristas é muito maior nesses dias. Muitos deles optam por não viajar e, consequentemente, diminui a disponibilidade também dos veículos na empresa. São a essas questões que precisamos sempre estar atentos.”
Ofertas e demandas
Passando para o outro lado da moeda, apesar de todos os desafios decorrentes, em períodos como esses, a quantidade de fretes aumenta e inflaciona o mercado, beneficiando as empresas no lucro.
Para o gerente administrativo da TKE Logística, essa percepção pode ser comemorada, mas existem outras perspectivas que também precisam ser levadas em conta.
“Datas comemorativas acabam tirando uma previsibilidade e um fluxo constante. Pode acontecer de uma hora para outra você ter um aumento exponencial na oferta de cargas, o que pode parecer legal, mas não é necessariamente, porque você tem um limite de veículos trabalhando e não consegue compensar o tanto de ofertas correntes, o que pode desgastar a relação com o cliente.
Por fim, o entendimento é que são necessárias estratégias de muitos lados, tanto na preocupação com o congestionamento das estradas quanto no alinhamento interno das operações para dar conta do aumento dos serviços.
“Sempre procuramos capacitar os nossos motoristas e proporcionar veículos com alta capacidade, seja na segurança ou no conforto. Conversamos com os nossos colaboradores diariamente, já que são eles os que estão à frente das operações. Auxiliamos também onde são os postos seguros, onde devem estacionar e informamos sobre a direção segura. Claro, sempre temos para onde melhorar nestes quesitos e, por isso, procuramos sempre evoluir”, finaliza o executivo.
Fonte: Blog do Caminhoneiro | Foto: Divulgação
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