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LEVANTAMENTO APONTA DEFASAGEM NO PREÇO DOS FRETES NO PAÍS

Publicado pela ABTLP

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LEVANTAMENTO APONTA DEFASAGEM NO PREÇO DOS FRETES NO PAÍS

Em algumas rotas, como por exemplo, o trajeto Manaus-São Paulo, que envolve trecho rodo-fluvial, o percentual chega a 35%.

Um dos maiores problemas enfrentados pelos transportadores de cargas do País ainda continua sendo o desequilíbrio no valor dos fretes cobrados no Brasil. De acordo com avaliação da Associação Nacional dos Transportadores de Carga e Logística (NTC), a defasagem média entre o custo e o valor do frete por carreta hoje chega a 15%. Em algumas rotas, como por exemplo, o trajeto Manaus-São Paulo, que envolve trecho rodo-fluvial, o percentual chega a 35%. Para a NTC, essa situação reduz a rentabilidade das transportadoras. Em média, as 50 maiores do setor têm uma margem de apenas 2% sobre as vendas.

Neuto Gonçalves dos Reis, diretor- técnico da NTC, explica que a defasagem acontece apesar do represamento no preço dos combustíveis. “Esse insumo representa 30% do custo do frete. Se o diesel for reajustado em 10%, o impacto no frete é de 3%, e o repasse tem de ser imediato”, observa.

Caio Wagner Couto, professor da pós-graduação de logística do IBMEC-MG, explicou que as distorções do frete no Brasil são provocadas pela ineficácia da estrutura dos modais de transporte no País. Segundo ele, há uma concentração excessiva no modal rodoviário, que responde por cerca de 75% da carga, e sem integração. Por exemplo, uma carga de soja sai de trem no Centro-Oeste, mas tem de fazer transbordo para caminhão para chegar a São Paulo. Sem contar as condições inadequadas de algumas rodovias, que podem até dobrar o valor final do frete.

Já Gonçalves, da NTC, acredita que o excesso de concorrência no transporte rodoviário é um dos principais fatores de defasagem no frete. “Há muita oferta e o transportador acaba oferecendo descontos que não deveria”, observa.

Há também outras questões que pressionam os custos dos transportadores, como falta mão de obra qualificada, o longo tempo de espera nas barreiras fiscais, restrições de circulação de caminhões em rodovias e nas vias urbanas, atrasando a entrega, além da Lei do Descanso, que aumenta o tempo da viagem e o custo da mão de obra.

Por outro lado, apesar da defasagem, o custo ainda é elevado. Para se ter ideia, no Brasil, o frete médio de uma carga de grãos entre a lavoura e o porto foi de US$ 92 em 2013, contra US$ 23 nos Estados Unidos e US$ 20 na Argentina.

Fonte: Na boléia