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Como ficam as rodovias paranaenses com o cancelamento dos pedágios

Publicado pela ABTLP

Conforme o governo do Paraná, com o cancelamento dos pedágios e das concessões a segurança será avaliada semanalmente para aprimorar os trabalhos de acordo com a demanda das rodovias.

No último dia 27 e 28 de novembro foram encerrados os atuais contratos de pedágio das rodovias paranaenses. Com a decisão, as cancelas passaram a ficar abertas e, de acordo com o governo do Estado, a medida deve valer por cerca de um ano, até que os trechos sejam assumidos pelas novas concessionárias.

Força-tarefa
Para garantir a continuidade aos principais serviços que eram prestados pelas concessionárias antes do cancelamentos dos pedágios, uma força-tarefa foi formada pelas secretarias de Estado da Infraestrutura e Logística, da Saúde e da Segurança Pública, juntamente com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

As operações incluem serviços de guinchos mecânicos, ambulâncias, inspeção de tráfego, atendimentos em casos de acidentes ou paralisação das pistas, canalização de fluxo nas praças de pedágio, entre outros serviços.

De acordo com a Agência de Notícias do Estado, os referidos serviços serão prestados nos 2,5 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais que compõem o Anel de Integração até o início das novas concessões. A atuação valerá até o início dos novos contratos de concessão.

“Estamos virando uma página e buscando uma nova solução para a história do Paraná. Esse período de hiato será marcado pela vigilância e pelo cuidado dessas rodovias extremamente importantes, artérias que atravessam o Paraná. E por isso precisamos ter um trabalho de atenção e dedicação de todos os órgãos para que o período de transição entre contratos já marque uma vida nova”, afirmou o governador Ratinho Junior.

Planejamento e integração
O secretário da Segurança Pública, Rômulo Marinho Soares, ressaltou que planejamento e integração são os dois pilares da atuação na força-tarefa após o cancelamento dos pedágios e que, portanto, toda a segurança será avaliada semanalmente pela pasta para aprimorar os trabalhos de acordo com a demanda das estradas. “Nossa Secretaria vem se preparando há tempos para esse momento, e nosso trabalho será fruto de um planejamento integrado com as demais secretarias para substituir as concessionárias de forma organizada. É um trabalho diário, intenso, para dar todo suporte à população”, garantiu.

Manutenção
Mesmo com o cancelamento dos pedágios, estão garantidos os serviços rotineiros de conservação do pavimento, que incluem remendos superficiais e profundos, reperfilagem e microrrevestimento. Também estão inclusos serviços de conservação da faixa de domínio, com o controle da vegetação próxima ao pavimento, limpeza e recomposição de elementos de drenagem, e limpeza e recomposição da sinalização e dispositivos de segurança viária.

Emergências
Em caso de emergência, os usuários das rodovias deverão recorrer aos números 190, 191, 193 e 198 para solicitar atendimento. Todas as ocorrências podem ser canalizadas no número 190, atendido pela Polícia Militar. No entanto, o usuário também pode direcionar a chamada segundo sua ocorrência.

Em caso de problemas na pista, motoristas podem ligar diretamente para o número 191, atendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Usuários que estiverem nas rodovias estaduais (PR e PRC) poderão discar 198, que direciona para a Polícia Rodoviária Estadual.

No caso de acidentes com vítimas, o usuário deve ligar para o número 193, do Corpo de Bombeiros, tanto em rodovia federal quanto em rodovia estadual. Os atendimentos serão realizados em parceria com a rede de Samu.

Tráfego
Para evitar acidentes nas praças de pedágio, um novo fluxo foi organizado, com o tráfego canalizado pelas vias laterais, enquanto as centrais ficarão bloqueadas. O novo desenho de tráfego será direcionado pelas PRF e PRE.

PRF
A maior parte do Anel de Integração – 1,8 mil dos 2,5 mil quilômetros de rodovias – é federal. Nesses trechos, o patrulhamento é feito pela Polícia Rodoviária Federal, que também reforçou a sua estrutura para atendimento após o fim das concessões.

Apontamentos da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR)
O diretor executivo da ABCR, José Carlos Cassaniga, fez algumas considerações sobre a situação no Paraná.

Ponto de vista
Com o fim dos contratos de concessões das rodovias geridas pelo estado do Paraná, a próxima licitação será coordenada pelo Ministério da Infraestrutura. É um processo natural. A transferência da gestão para o governo federal ocasionou algum atraso. Mas, certamente trará muitos aspectos positivos com a nova modelagem dos contratos, mais moderna e atualizada.

Prejuízos ou vantagens
Com o cancelamento dos pedágios, a rodovia deixará de contar com as atividades diuturnas de manutenção, operação e acompanhamento do tráfego pelos Centros de Controle de Operações, que monitora todo o movimento de uma rodovia com o uso de câmeras que cobrem praticamente 100% do trajeto dos usuários. Sendo assim, atendimentos mecânicos e socorro médico com ambulâncias disponibilizadas pelas concessionárias também não serão mais oferecidos pelas concessionárias.

Segurança
As concessões trazem relevantes programas, regulares e contínuos, de serviços operacionais aos usuários, de manutenção das rodovias e de investimentos em melhoramentos da infraestrutura. Desde 1995, as concessionárias de rodovias investiram R$ 228 bilhões em modernização e manutenção de rodovias. Nesse sentido, garantindo pavimento e sinalização de qualidade, monitoramento contínuo por câmeras, assistência mecânica e socorro médico.

Tanto que, uma pesquisa técnica anual realizada pela Confederação Nacional do Transporte – CNT aponta regularmente as rodovias concedidas como as melhores do Brasil. Na última edição da pesquisa, por exemplo, que aconteceu em 2019, que não foi feita em 2020 devido à pandemia, apontou que 24 das 25 melhores rodovias do Brasil são concedidas à iniciativa privada.

Como resultado desse investimento contínuo, as rodovias concedidas reduziram os acidentes em 53% nas últimas duas décadas de operação.

Considerações finais
A expectativa é que com a nova modelagem de contratos proposta pelo governo federal, as próximas concessões trarão ainda mais benefícios e novas tecnologias. Dessa forma, devem garantir ainda mais conforto e segurança aos usuários que trafegarem pelas rodovias do Paraná.
O novo modelo deve utilizar o sistema Free-Flow de cobrança de pedágio por trecho percorrido, que traz maior justiça tarifária, na medida em que o usuário paga a tarifa de acordo com a distância que percorrer. Também introduziu fórmulas como a DUF – Desconto de Usuário Frequente, que permitirá descontos nas tarifas de acordo com a frequência de uso da rodovia. Como exemplo, a via Presidente Dutra, que liga São Paulo e Rio de Janeiro, recentemente licitada, será a primeira concessão federal a utilizar essa tecnologia.

Fonte: Portal do Trânsito

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