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Por que pastilhas e discos de freio duram muito mais nos carros elétricos

Publicado pela ABTLP

No geral, carros elétricos têm manutenção mais simples e barata do que modelos convencionais.

Boa parte dessa economia está relacionada à ausência de motor a combustão, o que dispensa serviços recorrentes como troca de óleo, filtros, correias e velas de ignição.

Veículos a bateria têm outra característica que faz bem ao bolso: seus freios costumam durar consideravelmente mais: há relatos de pastilhas que chegam a durar 100 mil quilômetros, contra cerca de 40 mil km em automóveis a combustão.

Qual é o segredo? O motor que equipa os carros elétricos não serve apenas para movimentá-los.

Quando o motorista deixa de acelerar ou pisa no pedal de freio, o propulsor passa a trabalhar como gerador para carregar as baterias e aumentar a autonomia. Essa recuperação de energia vem acompanhada de uma resistência ao movimento que ajuda a parar o veículo – e, consequentemente, desonera o sistema de freios.

“Esse processo, chamado de regeneração, já desacelera fortemente o veículo, reduzindo a necessidade de usar o conjunto de freios mecânicos, formado por disco e pastilha”, explica Carlos Augusto Roma, diretor técnico da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico).

Refresco para pastilhas e freios

Como o motor faz a maior parte do trabalho de desaceleração, as pastilhas são mais exigidas em caso de frenagem de emergência – nas demais situações, costumam ter o auxílio do sistema regenerativo. Em alguns modelos, há integração entre a regeneração e freio hidráulico, controlada eletronicamente. O sistema aplica o máximo de regeneração possível e só aciona o freio mecânico quando é necessário.

“De forma lúdica, é como se você içasse uma vela em cada frenagem e a gigante resistência aerodinâmica parasse o carro”, diz Roma. Menos exigidos, os freios também esquentam menos – o que também prolonga consideravelmente a vida útil de discos e pastilhas. reduzem drasticamente o uso das pastilhas.

O diretor técnico da ABVE faz um paralelo com carros convencionais.

“Em um veículo a combustão, quase toda a desaceleração vem do atrito entre pastilha e disco. Isso gera calor e desgaste, exigindo troca em média a cada 40 mil quilômetros dependendo do uso. É comum que os EVs rodem 80 mil, 100 mil ou até 150 mil km antes da primeira troca de pastilhas. Em algumas frotas urbanas, há registros de discos que duraram até o fim da vida útil do veículo”, completa.

Troca do fluido ainda é necessária

Apesar do desgaste menor das pastilhas, o sistema hidráulico de freio continua existindo e os cuidados com o respectivo fluido são importantes.

Roma alerta que, à semelhança dos automóveis a combustão, com o passar o tempo o fluido de freio absorve água do ar e esse isso reduz a eficiência na frenagem e pode causar corrosão interna nas tubulações.

“Por isso, as montadoras recomendam a substituição do fluido em intervalos regulares, informados no manual do veículo, mesmo que as pastilhas ainda estejam intactas”, afirma.

A maior durabilidade dos freios dos carros elétricos traz outros benefícios, como menor impacto ambiental, decorrente da considerável redução na emissão de partículas finas e poluentes durante a frenagem – sem falar na economia.

Fonte:  UOL | Imagem: Shutterstock

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