Um aspecto com enorme potencial de impacto ainda é pouco explorado nas campanhas: o papel da tecnologia na prevenção de sinistros e na construção de um trânsito mais seguro.
Durante o Maio Amarelo, a conscientização sobre segurança viária ganha destaque em todo o país. No entanto, um aspecto com enorme potencial de impacto ainda é pouco explorado nas campanhas: o papel da tecnologia na prevenção de sinistros e na construção de um trânsito mais seguro.
Dos veículos com sensores inteligentes às soluções de monitoramento em tempo real, a inovação tecnológica pode ser uma aliada poderosa para salvar vidas — mas ainda enfrenta desafios de acesso e aplicação prática nas ruas brasileiras.
Carros mais seguros e conectados
A indústria automotiva tem investido cada vez mais em recursos tecnológicos voltados à segurança, como sensores de ponto cego, frenagem automática de emergência, assistente de permanência em faixa e câmeras 360º. Esses sistemas reduzem a margem de erro humano, que ainda é responsável por mais de 90% dos acidentes de trânsito, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Celso Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito, explica que infelizmente, a maioria desses recursos ainda está presente apenas em veículos de alto custo.
“Democratizar o acesso à tecnologia embarcada é um passo essencial para ampliar seus benefícios à população em geral”, alerta.
Monitoramento e inteligência para prevenir sinistros
Outro avanço promissor é o uso de câmeras inteligentes, sensores e big data para monitorar o tráfego em tempo real. Em cidades como São Paulo e Curitiba, já há testes e projetos-piloto que utilizam inteligência artificial para prever pontos críticos de colisões, melhorar o tempo dos semáforos e até detectar comportamentos de risco, como excesso de velocidade ou avanço de sinal vermelho.
É possível integrar esse tipo de monitoramento a campanhas educativas e ações de fiscalização mais eficientes, evitando acidentes antes mesmo que eles ocorram.
Veículos autônomos: oportunidade ou risco?
Os veículos autônomos, ainda em estágio inicial no Brasil, também prometem revolucionar a segurança no trânsito. Sem a interferência direta do fator humano, esses veículos tendem a ser mais precisos, atentos e obedientes às leis de trânsito.
No entanto, sua adoção levanta questões importantes sobre infraestrutura, legislação e inclusão digital. É preciso garantir que o avanço tecnológico não aumente ainda mais as desigualdades no acesso à mobilidade segura.
Maio Amarelo: mais inovação, tecnologia e menos tragédias
Conforme Mariano, durante o Maio Amarelo, é essencial colocar a tecnologia no centro das discussões sobre segurança viária.
“Isso significa cobrar investimentos públicos em soluções inteligentes de trânsito, promover a atualização da legislação para comportar novas tecnologias e incentivar a pesquisa em mobilidade segura. Além disso, campanhas educativas devem incluir o uso consciente da tecnologia no trânsito — como evitar o uso do celular ao volante e compreender os limites dos assistentes automotivos”, conclui.
Fonte: Portal do Transito | Foto: radub85 para Depositphotos
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