Maior incidência deste tipo de crime ocorre no período da manhã
Um levantamento realizado pelo SETCESP apontou que ocorreram 3.487 crimes de roubo de cargas, em 2024, nos 50 municípios que integram a base representativa da entidade – isso inclui a capital São Paulo, Guarulhos, Osasco, Barueri e Mogi das Cruzes.
A maior incidência deste crime ocorre, como era de se esperar, na cidade de São Paulo, seguida por Guarulhos, Osasco, Itapevi e Cotia. São Paulo, sozinha, responde por 64,6% de todas as ocorrências registradas, enquanto Guarulhos concentra 6,3% e Osasco 4,6%.
Os dados foram extraídos por meio de informações disponibilizadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Também foram analisados os registros de furto de cargas, com 326 ocorrências no total, e o crime de receptação de cargas, com 113 registros.
O relatório apontou que os índices de roubo de cargas são maiores no período da manhã, o que pode ser explicado pela alta movimentação logística, com início das rotas de distribuição e abastecimento do comércio. Já as abordagens ocorrem, na maior parte das vezes, durante a entrega (1.686 dos casos).
O maior tipo de carga roubada é de alimentos. “Os produtos alimentícios têm um apelo social e facilidade enorme para sua distribuição fracionada em pequenos comércios, que notadamente, trabalham a margem da lei”, lembra o presidente do SETCESP, Marcelo Rodrigues, destacando também que por serem produtos de consumo rápido, isso dificulta o rastreio.
Dentre os produtos de alto valor agregado, os mais visados são: cigarros, bebidas, eletroeletrônicos, itens farmacêuticos e autopeças. Apenas 8,53% das cargas roubadas são efetivamente recuperadas.
Pouco mais de um terço das cargas roubadas possuem um valor de até 20 mil reais. Um sexto dos casos não teve o valor declarado, o que prejudicou a análise completa do cenário de prejuízo financeiro.
“O boletim de ocorrência, quando bem elaborado de forma detalhada, faz com que a polícia tenha dados para investigar e comprovar a ocorrência”, afirma Rodrigues. O presidente do SETCESP revela que muitas abordagens policiais não têm êxito em apreensões por não haver denúncia registrada. “Com isso, o possível criminoso é liberado já na abordagem”, lamenta ele.
O SETCESP lembra que os crimes praticados contra o transporte rodoviário de cargas causam impactos econômicos, operacionais e institucionais graves. E além dos prejuízos diretos, indiretamente esses crimes afetam toda a sociedade e exigem resposta policial e jurídica para evitar a impunidade ou prejuízos futuros.
Para ter acesso ao estudo completo, acesse:
https://conteudo.setcesp.org.br/roubodecargas24
Fonte/Imagem: Setcesp
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