OCORRÊNCIAS PODEM CAUSAR PREJUÍZOS FINANCEIROS ATÉ SOCIAIS E/OU AMBIENTAIS. CORPO DE BOMBEIROS REGISTROU 312 ACIDENTES APENAS ESTE ANO
O número de ocorrências envolvendo produtos perigosos triplicou entre 2010 e 2014, segundo as estatísticas do Corpo de Bombeiros Militar (CBM). Este ano já foram 312 ocorrências do tipo até esta sexta-feira (12). Anteriormente a 2010, estas estatísticas ficavam agrupadas com as de busca e salvamento.
No primeiro ano da apuração em separado (2010), foram 100 registros e o número seguiu registrando aumentos todos os anos até chegar ao recorde de 338, apurado no ano passado.
Essas ocorrências acontecem tanto em residências, comércios e indústrias como em rodovias, ou seja, podem ser verificadas no manuseio, transporte ou armazenamento. Elas podem causar desde prejuízos financeiros até sociais e/ou ambientais. Na última sexta-feira, um vazamento de amônia em um frigorífico do município de Rio Verde, Região Sudoeste do Estado, fez com que vários funcionários passassem mal e precisassem de socorro, 15 deles chegaram a ser encaminhados para unidades de saúde com irritação nos olhos, sistema respiratório e outros sintomas.
O capitão Wanderley Valério de Oliveira do CBM é formado em química e acompanha o registro das ocorrências, mesmo antes da corporação destacar este tipo de acidentes em 2010. Ele conta que os principais produtos químicos nas situações de atendimento são: gás de cozinha (Gás Liquefeito de Petróleo – GLP), gasolina, óleo diesel, etanol, amônia e agrotóxicos. Os acidentes com combustíveis, geralmente estão presentes nos incêndios.
Quanto aos acidentes ocorridos durante o transporte, ele esclarece que é difícil estabelecer uma causa principal. “São vários aspectos, motoristas que não tem condição de dirigir; más condições das rodovias; o veículo impróprio para determinado tipo de produto, ou seja, uma série de fatores, e eu não posso falar a causa específica”, explica.
Transporte
No caso dos transportes, existem vários critérios para realização do mesmo e estão envolvidos vários órgãos e autarquias da administração pública. A reportagem de O HOJE conversou com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) que explicou que há um “rigoroso” controle nas rodovias federais deste tipo de transporte.
O capitão faz uma contabilidade destes acidentes desde 2007 e os dados apurados sempre registram alta de um ano para outro. Entre 2007 e 2009, foram 115 acidentes com produtos perigosos. Capitão Valério é formado em química e abordou justamente esta elevação em sua dissertação de mestrado. Ele afirma que é uma situação que merece atenção, devido à gravidade de algumas ocorrências. “Muita gente acha que não tem ocorrência. Em 2014, só em janeiro foram 21 ocorrências. Está na faixa de 25 a 30 ocorrências por mês em Goiás”, frisa.
O sargento Queiroz do CBM acredita que um dos fatores relacionado com o aumento na estatística oficial é o incremento da abrangência de atendimento da corporação. “Nós temos aumentado a nossa capacidade de atendimento, principalmente no interior. Então, temos mais condições de atender as ocorrências”, detalha.
Preparo
Quando os acidentes acontecem nas rodovias e não há vítimas, os bombeiros atuam para conter o dano ambiental e às vezes acabam recorrendo a órgãos ambientais para minimizar os riscos que podem afetar o solo e contaminar mananciais. “Nós temos um trabalho de vistoria, o Corpo de Bombeiros também faz inúmeras vistorias em empresas, geralmente verificando o armazenamento destes produtos para evitar acidentes e nós estamos sempre promovendo treinamentos para garantir que nosso pessoal saiba atuar nestas situações para resolver o problema, mas também se proteger”, ressalta.
Fonte: Deivid Souza, O HOJE.com – Goiás
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