Estudo revela que aumentou o valor médio das perdas por ocorrência, indicando que os criminosos estão priorizando cargas de maior valor agregado
Dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostram que o transporte de cargas continua sendo um dos setores mais visados pela criminalidade no País. Em São Paulo, estado que concentra a maior frota e os principais corredores logísticos do país, os números mais recentes trazem um cenário de avanços, mas também de desafios.
A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), apresentou o levantamento estatístico semestral sobre roubo, furto e receptação de cargas. Os dados, compilados a partir da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) e do sistema SPCarga revelam reduções expressivas em todas as modalidades de crime: roubo (−25,9%), furto (−19,2%) e receptação (−41,1%) no comparativo entre janeiro e junho de 2024 e 2025.
Segundo a Federação, a intensificação do monitoramento logístico, o investimento em tecnologias de rastreamento e a integração entre transportadores, embarcadores e forças policiais foram decisivos para essa redução. Entretanto, apesar da queda no número absoluto de ocorrências, houve aumento de 22,5% no valor médio das perdas por crime, passando de R$ 72,4 mil em 2024 para R$ 88,7 mil em 2025. Esse dado evidencia que os criminosos vêm direcionando suas ações para cargas de maior valor agregado, como alimentos, eletroeletrônicos e outros produtos de alta demanda no mercado paralelo.
De acordo com a Federação, a atuação inclui o fornecimento contínuo de relatórios técnicos às autoridades estaduais e federais, a promoção de fóruns especializados, a criação de grupos de trabalho focados em regiões críticas e o apoio direto a transportadores por meio de informações estratégicas de prevenção. Esses esforços, de acordo com a entidade, foram determinantes para a queda registrada, sobretudo no interior do estado, onde os roubos despencaram 40,4% no período.
O relatório também mostra que os índices de recuperação de mercadorias seguem baixos, com apenas 8,7% das cargas roubadas e 10,8% das furtadas foram recuperadas no semestre. Além disso, a maioria das ocorrências continua concentrada em situações específicas, de terça a sexta-feira, com pico no período da manhã, e principalmente durante a entrega (47,2%) ou por interceptação em movimento (35,7%).
Fonte: Estradas | Foto: Divulgação
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