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Demanda por viagem aérea tem pior resultado em 9 anos

Publicado pela ABTLP

viagem aéreaA demanda por viagens aéreas no país interrompeu, em 2012, um ciclo de três anos consecutivos de crescimento com dois dígitos – acima de 15% – ao crescer 6,79% em relação ao ano anterior. Foi o pior desempenho em nove anos. Em 2003, este indicador amargou queda de 6% na comparação anual. Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O resultado do ano passado também ficou abaixo da projeção mais otimista das próprias companhias aéreas, de expansão no tráfego de passageiros de até 9%. Para especialistas, o resultado de 2012 mostra que foi um ano de “readequação” do setor aéreo, que vai se estender durante este ano.

“Ano passado houve uma readequação da capacidade das empresas. Elas adequaram a quantidade de aeronaves pelos destinos, com a demanda. As empresas precisam cada vez mais fazer isso”, disse o professor de transporte aéreo da Escola Politécnica da UFRJ, Respício Espírito Santo.

A principal medida no processo de readequação foi protagonizado por Gol e TAM. Ambas reduziram a oferta após o setor registrar seis anos consecutivos de alta de dois dígitos neste indicador, uma alta média anual de 14,4% no período.

Com Gol e TAM reduzindo capacidade, a oferta doméstica total cresceu 2,72% em 2012, desempenho mais fraco desde 2006, início da série histórica da Anac. “Em 2013 teremos uma segunda etapa dessa adequação de oferta. As empresas já começam a ver os resultados dessa estratégia”, disse o especialista em aviação da consultoria Bain & Company, André Castellini.

Segundo ele, como TAM e Gol devem manter promoções agressivas de passagens, para aproveitar ao máximo a ocupação dos aviões, a demanda, em 2013, poderá crescer até 5%. Essa projeção leva em conta o crescimento do PIB de até 3%, e os atuais patamares de cotação do dólar ante o real. No fim de semana, a TAM vendeu passagens com até 90% de desconto. A Gol vendeu o voo de retorno a R$ 12.

A Gol reduziu em 5,38% a sua oferta de assentos, em 2012, e a sua demanda doméstica recuou 3,26%, as primeiras taxas negativas nestes indicadores desde 2006. A capacidade da TAM recuou 1,06%, também a primeira vez que essa taxa fica negativa em sete anos. Embora o seu tráfego de passageiros tenha crescido 5,86% ante 2011, foi o resultado mais fraco desde 2006.

A estratégia da Gol e da TAM de reduzir a oferta tinha como objetivo aumentar a rentabilidade, com melhores taxas médias de ocupação dos aviões.

Na Gol, a taxa média de ocupação das aeronaves ficou em 70,4% em 2012, o melhor desempenho desde 2006. Na TAM, a taxa ficou em 73,57%, também a melhor performance em sete anos. Em todo o setor, este índice ficou em 72,95%, novamente o maior desde 2006.
TAM e Gol já anunciaram a continuidade da redução de oferta, durante o primeiro semestre. Na Gol, o ajuste poderá alcançar até 5%. Na TAM, o pico é de 7% no mesmo período. Azul e Trip, em processo de fusão, e Avianca devem permanecer expandindo frotas.
Os dados operacionais de dezembro também mostram o efeito da readequação de capacidade. A oferta total de assentos no país recuou 7,39% no mês passado, ante dezembro de 2011. A demanda teve alta de 2,37% na mesma base de comparação. A taxa de ocupação dos aviões ficou em 77,73%, um aumento de 7,41 pontos percentuais.

Fonte: 22/1/2013 – Valor Econômico

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